28 de setembro de 2007

Tudo Pronto

Bom, apenas postando para tirar do pódio o ultra controverso post anterior escrito pelo nosso diretor.

Projeto pronto, trabalho feito, começamos a filmar oficialmente semana que vem, no dia 6 ou 7 de outubro.

Também gostaria de agradecer a todos nossos amigos que nos apóiam imensamente nessa verdadeira batalha que é transformar uma idéia num filme. Muito obrigado pelos infindáveis votos de boa-fé que temos recebidos quase diariamente pelos nossos colegas aqui neste blog. Desejamos igualmente um ótimo trabalho a todos, pois é assim mesmo que o mercado audiovisual funciona: através da amizade e da cooperação, sem preconceitos e sem discriminações. O importante mesmo é estar bem e ser feliz. O resto é besteira.

26 de setembro de 2007

E a produção?

Bom... Não sou o mais adequado para falar sobre isso, mas vamos lá, vou comentar sobre aquilo que acabou por influenciar no meu trabalho, que foram duas situações.

1. Eu queria um plano aéreo. Tava tudo meio certo, mas a produção vetou e eu aquiesci. Fica por isso mesmo, da próxima vez eu me vingo... hehehehehe Tá, brincadeira, né. Mas depois de pedidos desesperados para que eu não pusesse o tal plano no filme, eu desisti, até porque fiquei sabendo que outro grupo também vai fazer e eu não quero ser taxado de plagiador. Eu quero mudar, né gente.
2. A produção também me informou que as autoridades não permitem que se filmem os navios enferrujados do cais, portanto também tive que mudar. Aceitei as alternativas propostas pela própria produção. Aí está uma produção criativa, como a Aletéia gostaria de ver!
Era isso.

21 de setembro de 2007

Enfim!

É com grande felicidade que posso dizer que acabei!
Terminei a 2ª análise técnica com decupagem. Só falta desenhar o storyboard, mas isso eu deixo pra fazer amanhã na aula de metodologia da produção audiovisual II.
horas a fio trabalhando!
teve horas que me entediei bastante.
horas de estresse com o excel.
mas compensará, o filme será brilhante.
tá, era isso.

20 de setembro de 2007

Trabalhando, né...

Pois é exatamente isso... Não vai ter feriado pra equipe (ou pelo menos pra mim).
Pretendo passar o dia fazendo a decupagem/análise técnica/storyboard.
E trabalhando no projeto com o roteirista e produtor, alexandre.
E pensando na montagem com o Élvio.
E decidindo mais detalhes da foto com o Guilherme.
E...
E...
Trabalhando num feriado, que merda.
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(VIU, É DISSO QUE O DOCUMENTÁRIO SE TRATA!)

19 de setembro de 2007

Fotografia

A pedido do diretor, as imagens do filme serão de bastante contraste (provavelmente de muitos jogos de claro e escuro). Segundo a idéia do diretor, a fotografia deverá fazer com Porto Alegre o que Blade Runner fez com a Los Angeles do futuro. Não tenho muita noção de como que eu vou fazer isso, estando aberto a sugestões.
Uma sugestão minha para a direção seria a utilização de, por meio da pós-produção, efeitos preto e branco com bastante ou pelo menos alguma granulação na imagem, principalmente nas filmagens dos prédios do centro.
Outra sugestão seria a de filmar diversos prédios do centro em contra-plongé, dando a idéia de que as pessoas são "oprimidas" pelas construções. Eis uma sugestão de seqüência para o diretor:
1. Plano das pessoas caminhando entre as ruas do centro, ângulo normal.
2. Plano da estátua daquele prédio que eu havia mencionado, contra-plongée.
3. Plano das pessoas caminhando, agora em um leve plongée, filmado de um local mais alto.
4. Plano da estátua de frente, filmado de algum prédio da frente, ângulo normal.
5. Plano das costas da estátua e ao fundo, as pessoas caminhando, contra-plongée.
Sei das dificuldades de todos esses planos: como conseguiríamos a permissão para filmar dentro desses prédios, o deslocamento de câmera, etc. Sei também que tudo isso poderia ser mostrado de outras maneiras e com bem menos ou bem mais planos. Não quero (e sei que mesmo querendo, não conseguiria) impor as minhas idéias, só quero dividir com vocês algumas possibilidades e de alguma forma influenciar novas idéias vindas de vocês.
Abraço.

17 de setembro de 2007

Planejamento de som

Acabo de fazer um primeiro planejamento de som... E vai bem de acordo com o que foi proposto na decupagem. Só falta agora discutir com o grupo e principalmente com a técnica de som, Isadora.
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Também adicionei mais uns planos, que, creio, vão engrandecer o filme, pois mostram a fúria do sarcasmo das grandes metrópoles.

16 de setembro de 2007

A Flor e a Náusea

Poesia que expressa muito do que queremos expressar. Está nos anexos, de Carlos Drummond de Andrade. Não possuo direitos autorais, não sei se precisa, mas não estamos ganhando dinheiro em cima de nada, a não ser que alguém queira nos dar dinheiro por nada.

A Flor e a Náusea

Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me'?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobrefundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas.
Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornaise soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvoe dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotadailude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia.
Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia.
Mas é uma flor.
Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

Análise técnica

A análise técnica baseada no roteiro já está pronta também. Há uns instantes a assistente de produção, Natália Oliveira, a finalizou. Agora só falta comparar com a decupagem, balancear, preparar, arrumar.
Vamos lá... estamos cada vez mais próximos de um filme que vai mudar.

E a decupagem...

Pois bem, hoje fiz uma proto-decupagem. "Proto" porque ainda não conta com todos os detalhes. Mas ao todo eu imaginei 70 planos, sendo que aí eu conto aqueles que se repetirão. E alguns deles são como essas imagens:










O importante é que eu acho que vai dar tudo certo, e que mesmo que um ou dois planos sejam considerados inviáveis, o filme vai conseguir transmitir sua mensagem, vai mostrar a que veio certamente.
Era isso, até o próximo post!

14 de setembro de 2007

A Equipe

Apresentando-nos.

Alexandre - roteirista e diretor de produção
Daniel - assistente de direção
Guilherme - diretor de fotografia
Natália - assistente de produção e divulgação
Isadora - técnica de som
Élvio - montador e assistente de som
e eu, Bruno, sou o diretor.

Uma equipe forte e unida para mostrar a degradação do ser humano.
Juntos mostraremos como o Homo sapiens pode ser ridículo em sua "cabeça animal".

Diário de Bordo

Pequena postagem em prol da posterioridade e da pré-produção:

Argumento, de Daniel Deporte (assistente de direção), concebido no dia 20 de agosto de 2007, durante uma das aulas do professor Tieztmann.

Projeto desenvolvido por Alexandre Guterres (produção e roteiro) no dia 6 de setembro de 2007.

Projeto aprovado pelo professor e mestre João Guilherme Barone no dia 13 de setembro de 2007.

Atualmente está sendo revisado o roteiro, além do orçamento e análise técnica que serão feitos em cima dele. Mais informações quando houver mais informações. Aguardem.

13 de setembro de 2007

Sinfonia da Desgraça

Complementando o que já foi dito...
Esse projeto visa a uma tentativa de comunicação sem a utilização de palavras, mostrando que todos são e sentem o mesmo.
Será um documentário parcialmente experimental e até pode-se dizer que pós-moderno (sem querer rotular, claro). Música intensa e imagens fascinantemente chocantes é o nosso objetivo, tudo em busca dessa ironia, desse deboche que é a existência do ser humano.
Acho que é isso.

O início de uma nova jornada

É de conhecimento geral que nosso projeto inicial para o Laboratório de Realização II era um falso documentário com temática referente à ditadura.

Nossa idéia original foi, até certo ponto, vetada, e, em diversos outros, modificada via sugestões dos professores. Refletimos sobre isso e vimos que o projeto não era mais de nossa autoria. Numa difícil decisão, resolvemos abandonar (pelo menos em projetos da PUC) o falso documentário e pensar numa nova idéia.

Em discussões pouco convencionais falamos muita besteira. Milhares de idéias aparentemente imbecis foram ditas, formando assim uma imensa rede de bobageria que culminou num sentimento que acabou se tornando no atual projeto.

O palco é Porto Alegre. Angústia é o recorte.

Com pinceladas influenciadas pelas sinfonias metropolitanas, criou-se então a Sinfonia da Desgraça. Retratar as piores facetas de nossa metrópole. Eis o nosso objetivo.

Uma breve apresentação

Violência. Doença. Poluição. Sobrecarga. Pressão. Falta de tempo. Vivemos numa ditadura de dilemas, numa avalanche de expectativas por parte da corrupta sociedade. Os tempos modernos trouxeram a comodidade, porém cobrou o humanismo em troca.

Vemos centenas de rostos todos os dias, cruzamos por centenas de almas em cada rua pelas quais passamos sem as notar verdadeiramente. Entretanto, quantas vezes realmente enxergamos através dos olhos de cada um? Quantas vezes paramos nossas atividades a fim de viramos para o lado e perguntar ao próximo pelo que este está passando? Quais são suas angústias?

Esse é o grande mal do século vigente. Vivemos trancafiados nas prisões sem grades chamadas metrópoles, atormentados pela constante insegurança oriunda da violência urbana, pelo medo de falharmos como seres humanos, pelo receio de não atingirmos as metas que foram criadas pelas nossas próprias mentes e pelo pior inimigo imaginável: o tempo, o vilão invisível que sussurra em nossos ouvidos “menos um, menos um”, impiedoso em sua natureza, displicente em relação a nossas necessidades e a nossas vontades.

Aprisionamos todos esses suplícios dentro de nossas cabeças, em nossos corações, incapazes de manifestá-los verbalmente por falta de interlocutores, uma vez que poucos ainda têm tempo e, logo, paciência, para se importar com o que está passando pela cabeça de nossos vizinhos.

texto de Alexandre Guterres
postado por Élvio Philippe